Invernáculo

Esta língua não é minha,
qualquer um percebe.
Quem sabe maldigo mentiras,
vai ver que só minto verdades.
Assim me falo, eu, mínima,
quem sabe, eu sinto, mal sabe.
Esta não é minha língua.
A língua que eu falo trava
uma canção longínqua,
a voz, além, nem palavra.
O dialeto que se usa
à margem esquerda da frase,
eis a fala que me lusa,
eu, meio, eu dentro, eu, quase.

(Paulo Leminski)

terça-feira, 8 de maio de 2012

... sorrindo...

Você que tá ai
Me olha e nem vê
Não vê que estou moída por dentro
Não vê a minha luta
Não vê a força q faço
Você aí
Me olha e nem imagina
O esforço de encarar tudo isso
E ainda sorrir...
Você não sabe o quanto custa
Levantar da cama
E desejar que esse mundo sujo
Tenha conserto
Você que nem fé tem
Que nem chega a acreditar
Que nem vê, pô...
Não vê como se faz
Pra desejar que essa multidão
De gente estúpida e hipócrita
Seja feliz, encontre o caminho
Você nem faz idéia...
Eu assumi minha postura
Tomei meu rumo
Eu também to pagando,
 Mas vou pagar tudo isso
 Sorrindo.

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