Invernáculo

Esta língua não é minha,
qualquer um percebe.
Quem sabe maldigo mentiras,
vai ver que só minto verdades.
Assim me falo, eu, mínima,
quem sabe, eu sinto, mal sabe.
Esta não é minha língua.
A língua que eu falo trava
uma canção longínqua,
a voz, além, nem palavra.
O dialeto que se usa
à margem esquerda da frase,
eis a fala que me lusa,
eu, meio, eu dentro, eu, quase.

(Paulo Leminski)

terça-feira, 22 de março de 2011

Tudo mudou...

Tudo mudou
Rápido demais
O mundo estancou
E eu fiquei pra trás
Tentando te encontrar
Em meio à confusão
Tentando não pensar
Que tudo foi em vão
Acordo em sobressalto
Respiro com dificuldade
A verdade toma de assalto
E não acredito na realidade
Se tudo é pesadelo
Pra onde foram os sonhos meus?
Sozinha com meus medos
E sem os olhos teus
Perdida em meio ao nada
De tudo o que sobrou
Continuo calada
E não sei mais quem eu sou.

Débora
11/01/2011 - 12:00h

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